Aldrava o ferrolho enferrujado
Estala gritando o passado
Emboloradas paredes no tempo emparedou
Sussurros em festas de gala
Da lareira, a fogueira que não é santa,
jà não aquece o salão teatral
Os versos marcantes dos Saraus parnasianos
Pontilham segredos entrelinhas...
Fugindo de poetas èbrios e desatinados,
A dama e o criado mudo
dormem em alcova alcoviteiras
O relogio badala as horas da madrugada
Entre as despedidas;
Aldrava apóia luva do delito casual
Em penumbra fica o salão vazio...
Por debaixo do tapete, soluçam as noites de ilusões
Anna Ribeiro